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Arquitetos da década de 60 que construíram em Higienópolis

Conheça a história por trás de um dos bairros mais tradicionais de São Paulo e seus arquitetos da década de 60.

Higienópolis é um dos bairros mais tradicionais e conhecidos de São Paulo e andar pelas suas ruas é fazer um passeio pela história da capital paulista e dos diversos estilos arquitetônicos do século XX.

Na década de 1960 o crescimento da cidade originou um processo de verticalização dos imóveis, fato que deu início a uma transformação visual e imobiliária na metrópole. Dentre os inúmeros arquitetos que assinaram grandes obras no bairro, destacamos 9 para você conhecer. Acompanhe!

 

Arquitetos da década de 60: JOÃO ARTACHO JURADO

Edifício Bretagne - Arquiteto Artacho Jurado

Arquiteto autodidata, o paulistano João Artacho Jurado faz parte da história de Higienópolis. Suas obras mais relevantes são o Edifício Bretagne, construído em 1958 e o Conjunto Tradição Brasileira, de 1963.

Seu estilo de projeto misturava conceitos modernos, deco, nouveau e clássico, e aplicava o conceito, até então pouco usado, de mais funcionalidade aos moradores. Por isso, passou a ser comum os prédios contarem com piscinas, áreas de lazer, terraço e belos jardins.

Entre suas obras no bairro nobre está também o Edifício Parque das Hortênsias, que é um verdadeiro paraíso. A construção em pé direito duplo e enorme jardim frontal chamaram a atenção pela ousadia e até hoje é motivo de curiosidade por quem passa pela Avenida Angélica.

 

FRANZ HEEP

Edifício Lausanne - Arquiteto Franz Heep

O grande arquiteto e projetista Adolf Franz Heep saiu da Alemanha na década de 50 e chegou ao Brasil para deixar sua marca e obras históricas, principalmente na cidade de São Paulo.

Localizado na principal avenida do bairro de Higienópolis (que leva o mesmo nome), está o Edifício Lausanne, que se tornou patrimônio nacional tombado pelo Condephaat (Conselho de defesa do patrimônio histórico, arqueológico, artístico e turístico) em 1991.

Os 15 andares e 60 apartamentos do Lausanne foram projetados no estilo moderno, que virará tendência nas principais obras de moradia na cidade de São Paulo.

O arquiteto alemão foi o responsável também pela construção do segundo prédio mais alto da cidade, que à época dividia os bairros de Higienópolis e Ipiranga. O Edifício Itália, construído entre os anos de 1960 e 1965 tem 46 andares e é usado para fins comerciais.

O local é um ponto turístico da cidade e no seu último andar há um famoso restaurante, que permite ter a visão em 360 graus de toda metrópole.

 

Arquitetos da década de 60: RINO LEVI

Edifício Prudencia - Arquiteto Rino Levi

Nasceu em São Paulo filho de pais italianos, estudou arquitetura na Academia de Brera em Milão  a na Escola Superior de Arquitetura em Roma, Foi um dos responsáveis pela Arquitetura Moderna no Brasil. Sua obra em Higienópolis é o Edifício Prudências, localizado na Avenida Higienópolis , tombado pelo Departamento do Patrimônio Histórico (DPH) em 1994 Suas principais características são a fachada com estilo carioca e as passarelas suspensas.

Dentro dos apartamentos, o projeto propunha a liberdade do condômino para montar seus cômodos através de divisórias móveis. As paredes do hall do Edifício contêm pinturas feitas em azul e amarelo no azulejo branco pelas mãos do próprio Burle Marx.

 

ABRAHÃO SANOVICZ 

Edifício Abaete - Arquiteto Abrahao Sanovicz

O período entre 1963 e 1968 marca o surgimento de um novo prédio residencial no bairro de Higienópolis. Sob responsabilidade do arquiteto Abrahão Sanovicz, o Edifício Abaeté mudou a cara da Rua Pará.

Seu estilo inconfundível trouxe à tona um conceito ainda pouco visto nos prédios da época. Foram usados painéis de alumínio em forma de caixilharia das janelas, fato que alterava o visual do edifício à medida que seus moradores abriam ou fechavam a estrutura.

 

Arquitetos da década de 60: DAVID LIBESKIND

Edifício Arper - Arquiteto David Libeskind

David Libeskind é o arquiteto por trás de obras como o Edifício Arper, de 1962 e o Edifício Square Garden, de 1985.

Conhecido por sua fachada vermelha, o Arper está localizado na rua Pernambuco e à época foi considerado um projeto diferenciado, pelas janelas grandes de vidro na fachada e, claro, pela sua cor. A habitação de 9 pavimentos faz parte da história do bairro de classe alta, por ter sido construída em um período de novas descobertas de estilos arquitetônicos.

 

RUBENS CORSI

Edifício Irajá - Arquiteto Rubens Corsi

A parceria entre o arquiteto Rubens Corsi e o artista Clóvis Graciano é tida até hoje como um charme nas ruas de Higienópolis. O Edifício Irajá foi projetado em 1960 e tem 16 andares.

Corsi aproveitou o desnível da rua para construir uma rampa de acesso à portaria do prédio, algo que deu ao imóvel uma característica importante de acessibilidade. Além disso, seu jardim de entrada conta com um mosaico desenhado por Graciano e feito de azulejos. O lobby imponente tem os pés direito em azulejo e mármore.

 

Arquitetos da década de 60: BERNARDO RZEZAK

Edifício Corina - Arquiteto Bernardo Rzezak

O polonês Bernardo Rzezak também contribuiu para o processo de verticalização da cidade de São Paulo. É dele a autoria do projeto do Edifício Corina, de 1964.

Conhecido por colocar formas geométricas em suas obras, Bernardo inovou e apresentou um conceito de varandas triangulares e destaque para o apartamento localizado na cobertura, que foi construído fora do alinhamento padrão de todo o restante. As grandes janelas de vidro também se destacam no prédio, algo que garante uma maior luminosidade e uma vista interessante para o bairro.

 

MARIA BARDELLI E ERNANI SIFFREDI

Edifício Nobel - Arquitetos Maria Bardelli e Ermanno Siffredi

O casal de arquitetos Maria Bardelli e Ernani Siffredi foram os responsáveis pelo projeto do Edifício Domus, em 1960.

Com sacada em curva, o prédio é conhecido como “bolo de noiva”, devido aos detalhes na fachada, que dá a impressão de serem camadas. O trabalho em dupla dos arquitetos de origem italiana também é destaque em outro bairro, na República, com o antigo Hotel Hilton, que depois de anos foi adaptado para se tornar o Edifício do Tribunal de Justiça de São Paulo.

 

Arquitetos da década de 60: JOÃO BATISTA VILANOVA ARTIGAS

Edifício Louveira - Arquiteto João Batista Vilanova Artigas

Foi  um Arquiteto, Engenheiro, Urbanista e Professor é considerado um dos principais nomes da historia da Arquitetura Moderna de São Paulo, sua principal obra em Higienópolis, O Edifício Louveira em parceria com Carlos Cascaldi  caracteriza-se pela composição de duas lâminas paralelas com um um pátio interno ajardinado. A implantação gera a integração visual do espaço público e privado, assimilando a Praça Vilaboim.. Tombado pelo Condephaat o edifício é cuidadosamente preservado pelos moradores.

 

CONCLUSÃO

Higienópolis é, definitivamente, um dos bairros mais relevantes historicamente da cidade de São Paulo. Através de suas construções é possível ver a evolução das técnicas de construção e a mudança de estilo dos imóveis.

Isso faz com que o local se torne ainda mais interessante comercialmente, afinal, grandes nomes da arquitetura nacional e mundial deixaram suas marcas pelas ruas e avenidas.

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