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Mapa arquitetônico dos Palacetes e Mansões de Higienópolis 1890-1932

O bairro de Higienópolis, em São Paulo, guarda um dos mais ricos conjuntos históricos da cidade: os Palacetes e Mansões de Higienópolis 1890-1932. Nesse período, marcado pela ascensão da elite cafeeira e política paulista, famílias influentes, barões do café, diplomatas e empresários ergueram imponentes residências que uniam luxo, poder e sofisticação.

Esses Palacetes e Mansões de Higienópolis 1890-1932 representam estilos arquitetônicos variados, do neoclássico ao art déco, com forte inspiração europeia. Além da imponência estética, foram palco de acontecimentos sociais, culturais e políticos que ajudaram a moldar a identidade paulistana. Muitos desses imóveis tiveram novos usos ao longo das décadas — transformando-se em instituições, embaixadas, clubes ou espaços comerciais —, mas preservam até hoje sua relevância histórica e cultural.

O conteúdo a seguir reúne um verdadeiro mapa arquitetônico dos Palacetes e Mansões de Higienópolis 1890-1932, destacando a trajetória de cada construção, seus proprietários, curiosidades e processos de tombamento que asseguram a preservação desse patrimônio único na memória urbana de São Paulo.

 

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Avenida Higienópolis nº 232 - 1910, residência das famílias, Cássio da Silva Prado e Fernando Nobre, integrantes da elite paulista da época. Posteriormente, abrigou a sede do antigo Banco Francês e Brasileiro. Tombado em 2013.

 

Rua Piauí, 527 – Do ex-presidente da República Francisco de Paula Rodrigues Alves. O casarão se destaca pela imponência e posição de esquina. Entre 1965 e 1993, foi sede do DOPS. Era comum, na época, ver presos tomando banho de sol. Tombamento 2012.

 

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Avenida Angelica nº 626. Construída em 1910, a residência foi originalmente de Dona Sebastiana de Sousa Queirós, herdeira do barão de Limeira, Luís Vicente de Sousa Queirós, cafeicultor e político paulista. Tombada em 2015, atual IPHAN.

 

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Rua Marquês de Itu, nº 968 — Construído em 1920 para o barão do café, Roberto Alves de Almeida, a residência ficou conhecida como "Casa das Quatro Meninas", em referência às suas quatro filhas. Palco de recepções e festas que reuniam barões do café, embaixadores, artistas, políticos e empresários. Tombada em 2013, abriga a sede da Indústria Têxtil Brasileira.

 

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R. Maranhão, nº 341. Construída em 1895 para o Comendador Franz Müller, empresário, proprietário da Fábrica de Tecidos Carioba, foi construída em 1895, em 1969, foi adquirido e recuperado pela instituição Tradição, Família e Propriedade – Tombado em 2003, (TFP).

 

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Rua Ceara nº 2. – Construído entre 1931 e 1932, para o Conde Armando Álvares Penteado, cafeicultor paulista. Visionário, o conde destinou parte de sua fortuna para a criação (FAAP). Foi tombado em 2018, preservando sua relevância arquitetônica e memória urbana.

 

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Rua Rio de Janeiro, nº 211. Construída na década de 1910 para a família do industrial, Raul Martins Ferreira, em estilo arquitetônico dos chalés europeus, com telhado inclinado, madeiramento aparente e volumes assimétricos. Tombado em 2013.

 

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Rua Piauí, nº 874 — Do cônsul Sueco, Gustav Stah, o imóvel destaca-se pela importância diplomática ao longo do tempo. Em 1940, tornou-se sede da Embaixada do Império do Japão. Um episódio marcante, ocorreu em 1970, quando o cônsul, Okuchi foi sequestrado na região em uma ação com membros armados contrários ao governo. Tombado em 2005.

 

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Rua Maranhão, nº 88 — 1902 - Vila Penteado. Um Palacete único, projetado para abrigar duas das famílias, a do Conde Antônio Álvares Penteado e a de seu genro, Antônio Prado Júnior da elite cafeeira. Doado à USP em 1949. Tombado em 2015.

 

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Avenida Higienópolis nº 18. construído entre os anos de 1883 e 1884, tem 3.546m² úteis e 5.000 terreno. O Palacete Veridiana da Silva Prado foi construído na chácara que Dona Veridiana comprara em 1879 e batizara como "Vila Maria". Tombado 2001. Atual Iate clube de Santos.

 

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Avenida Higienópolis, nº 436 — Construída em 1922. Residência da família de Oscar Rodrigues Alves, medico e produtor de café, a casa foi adquirida pelo governo italiano em 1958. O imóvel foi tombado em dezembro de 2013, reconhecendo seu valor arquitetônico e cultural.

 

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Avenida Higienópolis, nº 462 — Construído em 1920, este palacete foi residência do Dr. Luiz da Cunha Bueno, fazendeiro e figura ativa no cenário político da época. Em 2020, o imóvel foi adquirido pelo Banco Itaú. Foi tombado em outubro de 2013.

 

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Avenida Higienópolis, nº 758 — 1927, Palacete ocupa uma área de 2.463m² úteis, foi residência do Barão Carlos Leôncio Magalhães, destaque na elite cafeeira paulista. Em 2005, o imóvel foi adquirido pelo Shopping Pátio Higienópolis em leilão promovido pelo governo estadual. Tombado em 2005.

 

 

Avenida Higienópolis, nº 698 — 1904, o casarão foi originalmente residência da família Bicudo e, posteriormente, da família Pacheco e Silva. Integra o conjunto arquitetônico do Shopping Pátio Higienópolis. Tombado em 2014.

 

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Avenida Higienópolis, nº 674 — 1910. Família Pacheco e Silva, foi doada em 1963 à Congregação Santa Rita. Atualmente, o imóvel integra o conjunto do Shopping, abrigando a tradicional loja Paola da Vinci. Tombado em 2014.

 

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Avenida Higienópolis, nº 890 — 1916, Família Augusto de Oliveira Campos. Em 1942 foi doado à Cúria Metropolitana. Tombado em 2013, o imóvel foi centro de polêmica no mesmo ano, quando a Mitra e uma construtora anunciaram o projeto de um edifício no terreno, preservando apenas o casarão original.

 

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