Vilanova Artigas: O grande professor
João Batista Vilanova Artigas: O docente que mudou o ensino de arquitetura no Brasil.
O bairro de Higienópolis passou pelo processo de verticalização a partir dos anos de 1930.
Nessa época grandes arquitetos se destacaram no cenário da construção civil na cidade de
São Paulo e muitos deles brindaram o bairro com suas obras icônicas, que existem até
hoje.
Vilanova Artigas tem uma lista extensa de projetos realizados pelo Brasil, mas é em
Higienópolis que está um de seus prédios mais memoráveis. Mas antes de falar sobre o
Edifício Louveira, que tal conhecer mais sobre a vida desse grande arquiteto? Acompanhe!
Primeiros passos
João Batista Vilanova Artigas nasceu em Curitiba, em 1923. Aos sete anos perdeu o pai e
se mudou com a mãe para a cidade de Teixeira Soares, no interior do Paraná. Lá ficou até
concluir seus estudos antes de ingressar na universidade.
A veia artística sempre esteve em evidência e ainda na infância já treinava seus traços em
desenhos variados. Em 1931 foi admitido no vestibular da Escola de Engenharia do Paraná,
mas dois anos depois se transferiu para a Escola Politécnica da USP, em São Paulo.
Durante o período universitário em São Paulo conheceu o Grupo Santa Helena, que reunia
estudantes que praticavam a arte do desenho. Com o passar dos anos, Artigas criou seu
próprio escritório, que é considerado até hoje uma grande escola para os profissionais que
por lá passaram.
Criação da FAU/USP
No início da década de 40, Artigas é convidado para integrar o quadro de professores da
Escola Politécnica, onde havia estudado, para ministrar aulas sobre estética e conceitos
arquitetônicos. À época, a arquitetura era uma área integrada com a engenharia e não tinha
um curso específico para quem quisesse se tornar arquiteto.
Vilanova pregava a separação das duas áreas e em 1948 fez parte da equipe de docentes
que fundaram a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, chamada também de
FAU/USP. Ele também foi o responsável, ao lado de Carlos Cascaldi, pelo projeto do prédio
que abrigava o curso, dentro do campus da universidade.
O exílio em Montevidéu
Vilanova Artigas sempre atuou politicamente em sua carreira e acreditava que exercer a
profissão de arquiteto era antes de tudo pensar no cidadão. Era integrante do Partido
Comunista do Brasil e durante os anos de intervenção militar teve seu direito profissional de
arquiteto e de professor caçados.
O destino da família foi o Uruguai, mais precisamente a cidade de Montevidéu. Por lá ficou
cerca de um ano, até voltar ao Brasil e viver clandestinamente, após um longo período
conseguiu a garantia de que responderia pelos seus atos em liberdade.
Porém, sua grande decepção foi não conseguir voltar à docência da FAU/USP, devido à
interferência militar. Por isso, precisou prestar concurso e começar sua trajetória na
faculdade de ajudou a fundar, como professor assistente.
Apenas em 1985, Vilanova ganhou o direito de ser professor titular novamente, após uma
onda de protestos nos anos anteriores. Mas a alegria dos alunos e amigos pouco durou, já
que no mesmo ano o arquiteto faleceu.
Versatilidade nos projetos
O traço artístico desenvolvido ainda na infância contribuiu para uma formação bastante
versátil de Artigas. Ele não se prendia a cores e formas tradicionais, por isso, é considerado
um arquiteto modernista.
Além disso, em sua trajetória profissional é possível analisar que ele foi responsável por
obras muito distintas, como prédios, casas, hospitais, escolas e centros esportivos.
Características de seus trabalhos
Como dito anteriormente, Artigas sempre colocou o cidadão em primeiro plano de suas
obras, por isso, criava projetos funcionais, que pudessem fazer a diferença na vida das
pessoas. Por essa razão, encontramos diversas escolas em sua extensa lista de projetos.
Para ele, a arquitetura, a educação e a cidadania eram três pilares que não deveriam ser
desmontados jamais, durante a formação de um profissional, fato que moldou diversos
colegas de profissão.
Principais obras
Em mais de 50 anos de profissão, Vilanova Artigas esteve à frente de projetos renomados
como: o Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Pinto (em Guarulhos), a Antiga Estação
Rodoviária (em Londrina/PR), o Hospital São Lucas (em Curitiba), o Estádio Cícero Pompeu
de Toledo (no Morumbi), o Edifício-sede da FAU/USP e o Edifício Louveira (em
Higienópolis).
Edifício Louveira
O Edifício Louveira é um xodó do bairro de Higienópolis, pois é um dos grandes trabalhos já
realizados por Artigas. De cara o que chama a atenção são as janelas, formadas por
caixilhos nas cores vermelha e amarela, que destoam das cores tradicionais acinzentadas
dos prédios.
Os dois blocos de prédios são interligados por um jardim comum e rampas, que facilitam a
acessibilidade de moradores e visitantes, além de ser uma característica dos trabalhos do
arquiteto.
Os apartamentos possuem três quartos e foram pensados para serem funcionais e
confortáveis ao mesmo tempo, conceito pouco explorado na época de sua construção, em
1950.
Por fim, um detalhe chama a atenção de quem passa pelo hall de entrada no bloco A do
Edifício. Lá está um painel pintado por Francisco Rebolo, amigo pessoal de Artigas, que
retrata uma belíssima paisagem do campo.
Conclusão
Vilanova Artigas foi, sem dúvidas, um arquiteto e professor que revolucionou a maneira
como a sociedade interagia com a arquitetura. Suas obras são memoráveis e facilmente
identificadas, por seus traços e cores tão vivas, como é o caso do Edifício Louveira.
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