Conheça mais sobre alguns arquitetos renomados que deixaram sua marca no bairro

Ao pensar na capital paulista, é quase impossível não lembrar do bairro do Pacaembu, um dos mais tradicionais da cidade. Um bom motivo para a lembrança é a presença do Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, carinhosamente chamado de Estádio do Pacaembu.

Mas engana-se quem imagina que a história do bairro se resume à presença do famoso estádio. Pacaembu é berço de diversos imóveis projetados por grandes arquitetos da era modernista aqui no Brasil. No artigo de hoje vamos te mostrar algumas obras e grandes profissionais que deixaram suas marcas pelas ruas locais.

O bairro do Pacaembu

O nome é de origem tupi-guarani e existem duas versões que explicam a denominação, uma que significa “córrego de pacas” e a outra “terra alagada”. A região está localizada num vale, fato que explica o acúmulo de água durante fortes temporais no passado, mas que há muito tempo já foi superado devido às mudanças na infraestrutura do bairro.

As terras onde está o Pacaembu foram dadas pela coroa portuguesa aos jesuítas, lá nos idos do século XVI. Anos mais tarde, já com a cidade de São Paulo se desenvolvendo, o local foi dividido em diversas chácaras produtoras de iguarias e chás. Com o avanço da urbanização e o crescimento da população da capital, o bairro se transformou em um ponto de construção de grandes casarões de famílias tradicionais e nobres da sociedade da época.

Atualmente, o Pacaembu faz parte da região oeste de São Paulo e segue sendo muito procurado por novos moradores, devido a qualidade dos imóveis, a segurança e a localização estratégica.

Gregori Warchavchik

Ucraniano de nascimento e brasileiro de coração, Gregori Warchavchik chegou ao nosso país em 1923 depois de se formar em arquitetura na Universidade Nacional de Odessa, na sua cidade natal.

Em São Paulo foi um grande expoente do movimento modernista na arquitetura de imóveis comerciais e residenciais. Um exemplo de projeto que segue esta linha artística é uma casa localizada na Rua Itápolis, no bairro do Pacaembu. A construção foi pensada para ter elementos assimétricos e bem blocados e em cada um deles encontra-se um segmento da casa, sendo eles: quartos e sala, cozinha e área de serviço e área de lazer.

Joaquim Guedes

O arquiteto paulistano Joaquim Guedes chamou a atenção dos colegas e da sociedade da década de 50, 60 e 70 por ser um grande crítico da arquitetura desenvolvida por Oscar Niemeyer. Sua formação na área foi pela FAU-USP, onde conheceu sua futura esposa e parceira de inúmeros projetos, Liliana Marsicano.

Em 1958 seu projeto de residência de Cunha Lima foi concluído e o imóvel chamou a atenção. São quatro pavimentos, definidos com linhas retas, que exploram as formas geométricas e estão dispostas de forma não alinhada. As enormes janelas em vidro do segundo andar são um charme e expõem cômodos abertos, que permitem o remanejamento de móveis e paredes de acordo com o gosto do morador.

Jacques Pilon

Este nome é bastante conhecido do cenário arquitetônico de São Paulo das décadas de 50 e 60. O francês Jacques Pilon mudou-se para o Brasil com cinco anos e voltou ao seu país de origem para estudar arquitetura. Depois de formado, retornou para cá, onde construiu uma sólida carreira.

Uma de suas obras mais conhecidas e relevantes na capital paulista é a residência J.J.Schwartz, localizada no bairro do Pacaembu. Construída em 1954, a casa seguiu os conceitos modernistas que se tornaram padrões alguns anos depois. O projeto explora bastante os espaços, dando a cada ambiente uma metragem considerável. Destaca-se na parte de fora uma grande varanda, composta por pilares que sustentam o segundo pavimento e as rampas de acesso, que tornaram o imóvel ainda mais acessível.

Décio Tozzi

O paulistano Décio Tozzi é um arquiteto nascido em 1936 e bastante influente até hoje. Formado pela Universidade Presbiteriana do Mackenzie e mestre em Estruturas Ambientais Urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. A residência Romeu Del Negro é um imóvel projetado por Tozzi e que reflete bastante sobre suas características e técnicas. A obra, assim como as demais que citamos aqui, é do estilo modernista e explora as formas geométricas e o minimalismo. Internamente o arquiteto
optou por manter as formas e o brutalismo.

Imóveis no Pacaembu

Não é raro encontrar pessoas interessadas em se mudar para o bairro do Pacaembu, por isso, a evolução do local tem sido notada nos últimos anos. A infraestrutura está cada vez mais de ponta e os imóveis, mesmo os mais antigos, estão se modernizando para se adequarem às necessidades da vida contemporânea.

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